quarta-feira, 24 de junho de 2009

LILITH
Depois do trabalho. Linda, ingênua, seduz e brinca. Cavalga. Depois do transe e sem nada entender, o garanhão procura vestígios do vento que o derrubou. Sobre a cama a conta paga. Ela caminha… sarcástica pela rua.

MARIA
Nasce o dia. Roupa, café, marido, filhos, casa, almoço, compras, tarefa, jantar. Marido chega. Com os olhos cansados, de penoir azul e íntimo branco, ela aprece na penumbra do quarto e diz:- Eis aqui, a serva do senhor...

CALVÁRIO
Todos os dias ele chegava bêbado. Todos os dias eu apanhava. Depois vinha com chamego, me chamando de minha negrinha. Acostumei e nem chorava mais... Certa noite, a bêbada era eu. Então, martelei aquele desgraçado. No velório, com muito estilo, chorava ao lado do meu cunhado, aos pés da minha cruz.


DAS MERCÊS
Mais uma vez ela está atrasada. Eu tenho horário para trabalhar. Sou um cara compreensível, sei valorizar as pessoas, mas não os atrasos, e esta semana já é a terceira vez. Das Mercês é a minha empregada. Casada, dois filhos, marido desempregado, dá um durão para nos fazer felizes. A desculpa de hoje é que o mais novo tava com febre. Ali mesmo na sala dei uma rapidinha. Antes de sair deixei o dinheiro para a farmácia e avisei:
- Não se atrase amanhã.

Um comentário:

Silvana Alves disse...

hahahaha parece conto roçal